Um tiro no escuro - Nova arbitragem desconhece casos de violência na várzea sorocabana

A Associação de Árbitros da Grande São Paulo (AAGSP), que a partir de outubro será a responsável pela arbitragem dos campeonatos de várzea de Sorocaba, participou do pregão presencial realizado anteontem pela Prefeitura sem ter conhecimento da onda de violência que atingiu o futebol da cidade nos últimos meses. A entidade ganhou a concorrência ao oferecer o serviço no valor de R$ 94 mil por um ano. "Não sabíamos dos problemas", admitiu ontem Hélio Ricardo de Araújo Marmo, procurador da presidência da associação.

Ao ser informado pelo Cruzeiro do Sul durante entrevista por telefone, ontem à tarde, ele mostrou-se surpreso com os problemas ocorridos nos campos da cidade, especialmente o espancamento do árbitro Luiz Carlos Moreno por cerca de 50 torcedores do Aparecidinha, em abril.


O procurador da AAGSP comparou a mudança no Código de Justiça Disciplinar (que passa a punir os clubes com exclusão de até cinco anos em caso de agressões de jogadores, comissão técnica, dirigentes ou torcedores) com o que já ocorre na Copa Kaiser, competição que tem arbitragem da sua associação e é tida como o maior campeonato amador do mundo. "A Prefeitura tem de garantir a punição aos agressores."

Vai contratar

Marmo revelou que a AAGSP pretende contratar árbitros, assistentes e mesários da região para trabalhar nos jogos dos campeonatos da várzea da cidade. Em média, a entidade receberá R$ 163,76 por partida -- valor que deve variar, já que as partidas do Campeonato Veterano da Segunda Divisão serão realizadas sem a presença de assistentes.

A associação descarta enviar a Sorocaba pessoas de São Paulo para trabalhar nos jogos. O objetivo é diminuir os custos de viagem e aumentar o ganho dos árbitros, assistentes e mesários. "Nosso presidente (o ex-árbitro Marcos Fábio Spironelli) já tem alguns contatos com pessoas de Sorocaba e cidades vizinhas", revelou Hélio, sem dizer quem são as pessoas citadas.

Segundo o procurador da associação paulistana, ainda não houve a definição de quantas pessoas serão contratadas na região para trabalhar pela AAGSP. "Isso só será possível depois que tivermos a tabela, o contrato e o número de jogos." A média do valor que será pago por partida à AAGSP é 25% menor do que recebe hoje a Associação Sorocabana de Árbitros (ASA). Atualmente, a entidade sorocabana cobra R$ 216 por jogo. O contrato com a ASA chega hoje ao final e foi renovado emergencialmente por três meses.

Rivalidade comercial

Além da AAGSP e da ASA, a Apto Assessoria e Eventos Esportivos também participou do pregão de anteontem. As duas entidades de São Paulo duelaram proposta a proposta, até a vitória da AAGSP. A Apto chegou aos R$ 95 mil, enquanto a ASA havia parado na proposta de R$ 110 mil. Hélio admite que o representante da Apto que esteve no pregão sorocabano já foi funcionário da AAGSP. Mas segundo ele, a rivalidade entre as entidades paulistanas que teria feito o preço baixar consideravelmente é "somente comercial". (Jornal Cruzeiro Do Sul)

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