Liberar ginásio e estádio municipais são os desafios emergenciais de Francisco Moko Yabiku
Yabiku mantém calma nipônica mesmo diante de questões urgentes - Por: Adival B. Pinto
O
vereador licenciado Francisco Moko Yabiku (PSDB) assumiu a Secretaria
de Esportes de Sorocaba com dois grandes desafios a resolver a toque de
caixa, sanar os problemas de infraestrutura do Ginásio Municipal e do
estádio Walter Ribeiro (CIC), que sediam as duas principais modalidades
esportivas profissionais representativas de Sorocaba. Sem esses espaços,
a cidade corre o risco deixar de sediar os jogos do Novo Basquete
Brasil (NBB) e também do Campeonato Paulista das Séries A1 e A3.
Mas nem a complexidade desses problemas consegue tirar a calma desse representante da colônia nipônica, conhecido por seu jeito simples, mas direto. Eleito como vereador nas últimas eleições para o seu quinto mandato na Câmara Municipal, ele foi convidado a compor a equipe de secretariado do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), mas antes mesmo de assumir surpreendeu o próprio prefeito ao declarar que não ficaria à frente da Secretaria até o final do governo. Mas garante que voltou atrás da decisão e que ficará na equipe de Pannunzio "o tempo que for necessário ou até quando o prefeito quiser".
Depois de declarar que o estádio do CIC não estaria preparado para receber o jogo do Atlético Sorocaba contra o Santos, pelo Campeonato Paulista, que acontece no dia 10 de março, mais uma vez o secretário recua e agora vê como certa a realização da partida em campo sorocabano. E garante que o problema do CIC não é grave. Ele afirma que está perto de resolver também a troca a tabela na quadra no Ginásio Municipal.
Entre as propostas defendidas pelo secretário está a transferência da realização do tradicional Campeonato Varzeano para as próprias equipes e também a promoção de novas modalidades de esportes na cidade, como o tênis de mesa, o gateball, o beisebol e até o arco e flecha, em parceira com a colônia nipônica. Embora reconheça que os recursos disponíveis na pasta sejam insuficientes, Yabiku aposta na criatividade para realização de suas propostas.
Confira abaixo a íntegra da entrevista que Francisco Yabiku concedeu ao jornal Cruzeiro do Sul, como parte do projeto realizado em parceria com a rádio Cruzeiro FM (82,3 MHz).
Jornal Cruzeiro do Sul - Assim que assumiu a Secretaria Municipal de Esportes, o senhor se deparou com graves problemas de manutenção no Estádio Municipal e no Ginásio Municipal, onde atuam as equipes de alto rendimento da cidade. O senhor tinha conhecimento anterior dessa situação? Isso foi abordado na transição de governo ou não houve essa transição?
Francisco Moko Yabiku - O problema do CIC não é grave. No início do ano, eu estive lá e fui ver a arquibancada que estava interditada e não vi, como engenheiro, problema nenhum ali. Tive uma reunião com a diretoria do São Bento e do Atlético para saber qual era a solução para liberar a arquibancada. Queria alguém que se responsabilizasse por isso. Agora estamos correndo atrás da Federação (Paulista de Futebol) e creio que estamos perto de uma solução bem viável.
JCS - O prefeito Antonio Carlos Pannunzio afirmou em entrevista ao Cruzeiro do Sul, pouco antes de assumir o governo, que o problema da arquibancada do CIC deveria ter uma solução urgente e definitiva e que seria contratado um estudo que indicasse se poderia ser feita reforma ou se não seria mais viável financeiramente derrubar o trecho com problemas estruturais para a construção de uma nova. Esse estudo já está sendo viabilizado? Quando isso deve ocorrer?
Yabiku - Não existem informações concretas. Mas essa parte da arquibancada eu garanto que não cai. Vai ser feito um novo estudo não só sobre a arquibancada. Vamos ver tudo para saber o que precisa ser feito dentro dessa nova postura. Temos que fazer a arquibancada no fundo do gol também, no meio círculo. Mas para esse jogo do Atlético e do Santos, existe a grande possibilidade de que ele seja realizado em Sorocaba, no CIC mesmo.
JCS - Mesmo diante da ausência desse estudo técnico, o senhor acredita que possa ser feita a liberação da arquibancada ainda para esse jogo? O senhor mesmo havia admitido que os obras não seriam feitas a tempo de sediar o jogo. O que mudou?
Yabiku - Eu falei que não dava tempo de fazer a reforma no CIC porque estava sendo licitado e a licitação leva tempo mesmo. Agora, o que está interditado é a arquibancada e isso pode ser desinterditado.
JCS - Mas não existe um risco?
Yabiku - Eu acredito que não.
JCS - O que garante que não existe esse risco? Houve um estudo que aponte isso?
Yabiku - Alguém tem que se responsabilizar por isso. Você, por exemplo, faz uma casa e não tem um engenheiro responsável? Passou vários anos e o engenheiro já não é mais responsável, então vai vender a casa? Tem que ter um novo responsável por essa casa. Funciona assim. Quem tem que arrumar essa solução é o Atlético e o São Bento, eles que são os responsáveis pela casa e eles estão correndo atrás disso.
JCS - Qual o prazo previsto para a reforma definitiva do CIC? Já foi estabelecido um cronograma?
Yabiku - Liberando o CIC para esse jogo do Santos, vamos nos empenhar para ver isso. Mas tem também a questão orçamentária, que ainda não está definida. Eu vou pegar alguns técnicos da Prefeitura e ver junto com eles o que precisa para essa adequação do CIC para a nova realidade. O CIC é um dos maiores estádios do Interior, mas já está fora do padrão. Mas não vamos derrubar, temos que fazer várias adaptações.
JCS - Em relação ao Ginásio Municipal? O que está sendo realizado pela Prefeitura?
Yabiku - O problema do Ginásio Municipal é só a tabela da quadra. Achamos que a tabela que está no Centro Esportivo da Vila Gabriel servisse, mas ela está fora das normas. A tabela padrão, que está dentro das normas, não cabe ali, porque tem um pilar de sustentação da arquibancada. Existe um limite físico ali. O representante da Liga Nacional de Basquete (Paulo Bassu) esteve aqui e ligou para uma empresa que fabrica essa tabela e disse que existe uma de cumprimento menor, que caberia no local. Agora estamos tendo dificuldade em como comprar essa tabela. Não dá para fazer de maneira emergencial. Teria que licitar. Existe a possibilidade dos patrocinadores comprarem a tabela e emprestarem para o Ginásio de Esportes ou doarem, mas isso ainda não está definido. Por vias normais, com a licitação, vai demorar um pouquinho. Tem todo o prazo legal para isso.
JCS - Esse problema compromete a realização dos jogos da Liga de Basquete em Sorocaba?
Yabiku - A LSB (Liga Sorocabana de Basquete) recebeu um prazo até o final do mês para resolver. Mas na visita do representante da Liga Nacional de Basquete (Paulo Bassu), ele reconheceu o empenho da Prefeitura em atender as exigências de colocar uma tabela dentro dos padrões e disse que seria dado um prazo maior para a LSB. Mas não foi estabelecido qual seria esse novo prazo. A Prefeitura está tomando todas as providências legais para poder fazer a licitação.
JCS - Quando o senhor tomou conhecimento do problema na tabela do ginásio? O problema já existia anteriormente ou só agora se levantou essa questão?
Yabiku - Uma semana antes de assumir a Secretaria de Esportes eu já sabia. Agora, como é que iria resolver no final do mandato do outro prefeito? Não deu nem tempo de trocar ideia. Dia 14 de de dezembro eles notificaram a LSB de que essa tabela só poderia ficar até 31 de janeiro. A LSB não pode resolver sozinha. O Ginásio de Esportes é da Prefeitura. Nós que estamos acertando a situação.
JCS - A Arena Multiuso recebeu até o momento apenas o trabalho de terraplanagem do terreno onde será construída e as obras estão paralisadas atualmente. O prazo inicial era para a entrega em outubro de 2012, que não foi cumprido. Por que houve essa paralisação na execução da obra e qual o novo cronograma para a conclusão do projeto?
Yabiku - A continuidade da obra está ocorrendo dentro da fábrica de pré-moldados, onde estão sendo feitos os pilares para que possa ser iniciada a fundação. O que tinha que ser feito no terreno já foi feito. Em fevereiro já começa a fundação. Em março, por aí, inicia a colocação dos pilares, depois é rápido. Até o final do ano talvez consiga concluir todo o projeto.
JCS - O orçamento para a execução já está garantido? Não existe o risco de novo atraso para a conclusão?
Yabiku - O orçamento está garantido. Se atrasar será por alguma circunstância especial. O mais importante é que já foi licitado e já começou a obra. Agora está tranquilo.
JCS - O senhor já manifestou a intenção de transferir a responsabilidade de organização dos campeonatos varzeanos para uma liga apropriada. Um dos problemas mais frequentes na várzea atualmente é a violência entre torcedores e de atletas contra a arbitragem nos campos de futebol. A polícia já se manifestou dizendo que não consegue garantir presença em todos os campos simultaneamente. Qual é, no seu entender, a melhor solução para esse problema?
Yabiku - Não pode em curto prazo passar o Campeonato Varzeano para uma Liga. Eu vou ter uma reunião na semana que vem para ver de que forma pode ser feito isso. A ideia é uma formar uma legião que cuide do campeonato. A Prefeitura vai dar todo o apoio e infraestrutura, mas quem tem que se organizar são eles. Não dá para ficar com essa encrenca de juiz apanhando. Isso tem que acabar de vez. Isso será de responsabilidade dos times do Varzeano.
JCS - Se essa Liga não assumir a organização, o Campeonato Varzeano corre o risco de acabar?
Yabiku - Não vai acabar. Esse ano nós vamos tocando do jeito que estava acontecendo, pois não vai dar tempo para passar a uma Liga. O campeonato tem três taças, a Cidade de Sorocaba, a Tropeiros e a Baltazar Fernandes. Vamos tentar fazer essa transferência para a realização da segunda taça ou na terceira. No ano que vem talvez passe tudo já para a Liga.
JCS - Essa Liga receberá uma verba da Prefeitura para a realização do Campeonato Varzeano?
Yabiku - Vamos ver ainda como vai funcionar isso. Atualmente é a Prefeitura que financia tudo, paga até a arbitragem. A taxa de inscrição é praticamente simbólica.
JCS - Enquanto não for feita essa transição da responsabilidade da organização do campeonato para a Liga, como o senhor pretende agir para evitar a ocorrência de violência durante a realização das partidas?
Yabiku - Vamos conversar com as equipes para que seja firmado um acordo. O maior problema são os torcedores. A briga dentro de campo fica só ali. O problema sério que teve foi entre os torcedores, mas os dirigentes dos times é que levam as torcidas e eles têm que se responsabilizar por esses torcedores também.
JCS - O prefeito Antonio Carlos Pannunzio defendeu no seu programa de governo a revitalização dos centro esportivos e também a construção de novas unidades, que seria uma de suas prioridades. O que o senhor pretende fazer em relação a isso?
Yabiku - Eu estou visitando todas as unidades e recebendo relatórios para ver a infraestrutura. Vamos fazer um levantamento de tudo o que está acontecendo e o que precisa ser feito.
JCS - Existe projeto para a implantação de novas atividades nessas unidades?
Yabiku - Vamos sim. Uma coisa que eu já estou tentando viabilizar é uma parceria com o Fábio Okano, ele foi vice-campeão mundial de tênis de mesa em 1994 e, em 1996, foi campeão sul-americano. Ele quer fazer um trabalho social em Sorocaba em comunidades carentes. Eu estou encaminhando ele para a Pastoral do Menor no Habiteto, para ver se ele pode começar a dar aulas para as crianças dali. E vou ver como a Prefeitura poderia fornecer as mesas e atender as crianças no próprio bairro. Começamos pelo Habiteto e depois vamos para outros bairros, como o Nova Esperança, talvez.
JCS - Os Centros Esportivos também poderiam receber esse programa? O senhor já havia manifestado anteriormente a intenção de instalar mesas fixas de tênis de mesa para uso da comunidade, pretende viabilizar esse projeto agora que está à frente da Secretaria?
Yabiku - Existe essa ideia de instalar mesa fixa de tênis de mesa em alguns centros esportivos. Mas tem que ser em um local adequado para o pessoal não ficar usando para outra coisa.
JCS - O Parque das Águas dispõe de uma das maiores pistas de skate do país, mas tem sido motivo de crítica por parte dos praticantes, devido a problemas de infiltração, que prejudicam a prática do esporte. Como o senhor pretende resolver esse problema? Existe projeto para implantação de novas pistas de skates nos bairros, já que esse é um esporte que vem crescendo bastante entre os jovens?
Yabiku - Tudo isso custa dinheiro. A cidade está precisando de mais pistas de skate. Quando eu era vereador muitos ligaram para mim pedindo novas pistas nos bairros. Vou ver onde não foi feito ainda e se será possível fazer ou não. A Prefeitura tem um orçamento. É preciso avaliar o que dá para fazer.
JCS - O senhor considera o orçamento reservado para a Secretaria de Esportes suficiente para atender todas essas demandas?
Yabiku - Nunca foi, né. Mas tem que inventar. Não dá para esperar a construção do centro esportivo para praticar esporte. Esporte é para já. Temos que aproveitar o espaço que nós temos. No CIC tem espaços que não são aproveitados e que ficam fechados durante a semana. É uma área de esportes dentro do centro de Sorocaba que está sendo pouco utilizada.
JCS - O senhor pretende lançar programas de incentivo à prática de outros esportes em Sorocaba?
Yabiku - Existe um esporte fácil de implantar, para começar, que é o gateball. Lá na Ucens (União Cultural Esportiva Nipo-Brasileiro de Sorocaba), o pessoal da terceira idade pratica o gateball há mais de 25 anos. É uma quadra de saibro, de quinze metros quadrados, com três travinhas, que usa apenas um taco e uma bolinha. Mas não é esporte só para a terceira idade, é para a família toda. Na Casa do Idoso existe uma quadra já, mas está cheio de mato. Precisamos fazer a limpeza para poder jogar. Vou pedir ajuda para a equipe da Ucens para ensinar o pessoal. A ideia é expandir isso para a cidade toda e tornar Sorocaba a primeira cidade em que o gateball passe a ser praticado por toda a comunidade. Outra coisa é o beisebol e o arco e flecha, que também são praticados na Ucens e que poderão ser levados para outros locais, por meio de parcerias.
JCS - Antes de assumir a Secretaria dos Esportes, o senhor disse que teria um tempo limitado na equipe do atual governo e não terminaria o mandato como secretário, mas retornaria à Câmara, já que é vereador eleito. Como o prefeito recebeu essa informação? Quanto tempo o senhor pretende permanecer na equipe de governo?
Yabiku - Na época em que eu fiz essa declaração durante uma entrevista na rádio Cruzeiro FM, eu estava sofrendo muita pressão por parte dos meus eleitores e me senti meio perdido e pressionado. Eu conversei com o prefeito Pannunzio e ele me perguntou se eu o iria deixar na mão. Eu confirmei que havia dito, mas que voltaria atrás. Eu voltei atrás porque nunca deixei o Pannunzio na mão. E vou ficar o tempo que ele quiser, o tempo que for necessário. Só vai depender dele. Se não tiver gostando do meu trabalho eu vou para a Câmara. Do contrário, vou ficar o tempo necessário na Secretaria, sem prazo.
Mas nem a complexidade desses problemas consegue tirar a calma desse representante da colônia nipônica, conhecido por seu jeito simples, mas direto. Eleito como vereador nas últimas eleições para o seu quinto mandato na Câmara Municipal, ele foi convidado a compor a equipe de secretariado do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), mas antes mesmo de assumir surpreendeu o próprio prefeito ao declarar que não ficaria à frente da Secretaria até o final do governo. Mas garante que voltou atrás da decisão e que ficará na equipe de Pannunzio "o tempo que for necessário ou até quando o prefeito quiser".
Depois de declarar que o estádio do CIC não estaria preparado para receber o jogo do Atlético Sorocaba contra o Santos, pelo Campeonato Paulista, que acontece no dia 10 de março, mais uma vez o secretário recua e agora vê como certa a realização da partida em campo sorocabano. E garante que o problema do CIC não é grave. Ele afirma que está perto de resolver também a troca a tabela na quadra no Ginásio Municipal.
Entre as propostas defendidas pelo secretário está a transferência da realização do tradicional Campeonato Varzeano para as próprias equipes e também a promoção de novas modalidades de esportes na cidade, como o tênis de mesa, o gateball, o beisebol e até o arco e flecha, em parceira com a colônia nipônica. Embora reconheça que os recursos disponíveis na pasta sejam insuficientes, Yabiku aposta na criatividade para realização de suas propostas.
Confira abaixo a íntegra da entrevista que Francisco Yabiku concedeu ao jornal Cruzeiro do Sul, como parte do projeto realizado em parceria com a rádio Cruzeiro FM (82,3 MHz).
Jornal Cruzeiro do Sul - Assim que assumiu a Secretaria Municipal de Esportes, o senhor se deparou com graves problemas de manutenção no Estádio Municipal e no Ginásio Municipal, onde atuam as equipes de alto rendimento da cidade. O senhor tinha conhecimento anterior dessa situação? Isso foi abordado na transição de governo ou não houve essa transição?
Francisco Moko Yabiku - O problema do CIC não é grave. No início do ano, eu estive lá e fui ver a arquibancada que estava interditada e não vi, como engenheiro, problema nenhum ali. Tive uma reunião com a diretoria do São Bento e do Atlético para saber qual era a solução para liberar a arquibancada. Queria alguém que se responsabilizasse por isso. Agora estamos correndo atrás da Federação (Paulista de Futebol) e creio que estamos perto de uma solução bem viável.
JCS - O prefeito Antonio Carlos Pannunzio afirmou em entrevista ao Cruzeiro do Sul, pouco antes de assumir o governo, que o problema da arquibancada do CIC deveria ter uma solução urgente e definitiva e que seria contratado um estudo que indicasse se poderia ser feita reforma ou se não seria mais viável financeiramente derrubar o trecho com problemas estruturais para a construção de uma nova. Esse estudo já está sendo viabilizado? Quando isso deve ocorrer?
Yabiku - Não existem informações concretas. Mas essa parte da arquibancada eu garanto que não cai. Vai ser feito um novo estudo não só sobre a arquibancada. Vamos ver tudo para saber o que precisa ser feito dentro dessa nova postura. Temos que fazer a arquibancada no fundo do gol também, no meio círculo. Mas para esse jogo do Atlético e do Santos, existe a grande possibilidade de que ele seja realizado em Sorocaba, no CIC mesmo.
JCS - Mesmo diante da ausência desse estudo técnico, o senhor acredita que possa ser feita a liberação da arquibancada ainda para esse jogo? O senhor mesmo havia admitido que os obras não seriam feitas a tempo de sediar o jogo. O que mudou?
Yabiku - Eu falei que não dava tempo de fazer a reforma no CIC porque estava sendo licitado e a licitação leva tempo mesmo. Agora, o que está interditado é a arquibancada e isso pode ser desinterditado.
JCS - Mas não existe um risco?
Yabiku - Eu acredito que não.
JCS - O que garante que não existe esse risco? Houve um estudo que aponte isso?
Yabiku - Alguém tem que se responsabilizar por isso. Você, por exemplo, faz uma casa e não tem um engenheiro responsável? Passou vários anos e o engenheiro já não é mais responsável, então vai vender a casa? Tem que ter um novo responsável por essa casa. Funciona assim. Quem tem que arrumar essa solução é o Atlético e o São Bento, eles que são os responsáveis pela casa e eles estão correndo atrás disso.
JCS - Qual o prazo previsto para a reforma definitiva do CIC? Já foi estabelecido um cronograma?
Yabiku - Liberando o CIC para esse jogo do Santos, vamos nos empenhar para ver isso. Mas tem também a questão orçamentária, que ainda não está definida. Eu vou pegar alguns técnicos da Prefeitura e ver junto com eles o que precisa para essa adequação do CIC para a nova realidade. O CIC é um dos maiores estádios do Interior, mas já está fora do padrão. Mas não vamos derrubar, temos que fazer várias adaptações.
JCS - Em relação ao Ginásio Municipal? O que está sendo realizado pela Prefeitura?
Yabiku - O problema do Ginásio Municipal é só a tabela da quadra. Achamos que a tabela que está no Centro Esportivo da Vila Gabriel servisse, mas ela está fora das normas. A tabela padrão, que está dentro das normas, não cabe ali, porque tem um pilar de sustentação da arquibancada. Existe um limite físico ali. O representante da Liga Nacional de Basquete (Paulo Bassu) esteve aqui e ligou para uma empresa que fabrica essa tabela e disse que existe uma de cumprimento menor, que caberia no local. Agora estamos tendo dificuldade em como comprar essa tabela. Não dá para fazer de maneira emergencial. Teria que licitar. Existe a possibilidade dos patrocinadores comprarem a tabela e emprestarem para o Ginásio de Esportes ou doarem, mas isso ainda não está definido. Por vias normais, com a licitação, vai demorar um pouquinho. Tem todo o prazo legal para isso.
JCS - Esse problema compromete a realização dos jogos da Liga de Basquete em Sorocaba?
Yabiku - A LSB (Liga Sorocabana de Basquete) recebeu um prazo até o final do mês para resolver. Mas na visita do representante da Liga Nacional de Basquete (Paulo Bassu), ele reconheceu o empenho da Prefeitura em atender as exigências de colocar uma tabela dentro dos padrões e disse que seria dado um prazo maior para a LSB. Mas não foi estabelecido qual seria esse novo prazo. A Prefeitura está tomando todas as providências legais para poder fazer a licitação.
JCS - Quando o senhor tomou conhecimento do problema na tabela do ginásio? O problema já existia anteriormente ou só agora se levantou essa questão?
Yabiku - Uma semana antes de assumir a Secretaria de Esportes eu já sabia. Agora, como é que iria resolver no final do mandato do outro prefeito? Não deu nem tempo de trocar ideia. Dia 14 de de dezembro eles notificaram a LSB de que essa tabela só poderia ficar até 31 de janeiro. A LSB não pode resolver sozinha. O Ginásio de Esportes é da Prefeitura. Nós que estamos acertando a situação.
JCS - A Arena Multiuso recebeu até o momento apenas o trabalho de terraplanagem do terreno onde será construída e as obras estão paralisadas atualmente. O prazo inicial era para a entrega em outubro de 2012, que não foi cumprido. Por que houve essa paralisação na execução da obra e qual o novo cronograma para a conclusão do projeto?
Yabiku - A continuidade da obra está ocorrendo dentro da fábrica de pré-moldados, onde estão sendo feitos os pilares para que possa ser iniciada a fundação. O que tinha que ser feito no terreno já foi feito. Em fevereiro já começa a fundação. Em março, por aí, inicia a colocação dos pilares, depois é rápido. Até o final do ano talvez consiga concluir todo o projeto.
JCS - O orçamento para a execução já está garantido? Não existe o risco de novo atraso para a conclusão?
Yabiku - O orçamento está garantido. Se atrasar será por alguma circunstância especial. O mais importante é que já foi licitado e já começou a obra. Agora está tranquilo.
JCS - O senhor já manifestou a intenção de transferir a responsabilidade de organização dos campeonatos varzeanos para uma liga apropriada. Um dos problemas mais frequentes na várzea atualmente é a violência entre torcedores e de atletas contra a arbitragem nos campos de futebol. A polícia já se manifestou dizendo que não consegue garantir presença em todos os campos simultaneamente. Qual é, no seu entender, a melhor solução para esse problema?
Yabiku - Não pode em curto prazo passar o Campeonato Varzeano para uma Liga. Eu vou ter uma reunião na semana que vem para ver de que forma pode ser feito isso. A ideia é uma formar uma legião que cuide do campeonato. A Prefeitura vai dar todo o apoio e infraestrutura, mas quem tem que se organizar são eles. Não dá para ficar com essa encrenca de juiz apanhando. Isso tem que acabar de vez. Isso será de responsabilidade dos times do Varzeano.
JCS - Se essa Liga não assumir a organização, o Campeonato Varzeano corre o risco de acabar?
Yabiku - Não vai acabar. Esse ano nós vamos tocando do jeito que estava acontecendo, pois não vai dar tempo para passar a uma Liga. O campeonato tem três taças, a Cidade de Sorocaba, a Tropeiros e a Baltazar Fernandes. Vamos tentar fazer essa transferência para a realização da segunda taça ou na terceira. No ano que vem talvez passe tudo já para a Liga.
JCS - Essa Liga receberá uma verba da Prefeitura para a realização do Campeonato Varzeano?
Yabiku - Vamos ver ainda como vai funcionar isso. Atualmente é a Prefeitura que financia tudo, paga até a arbitragem. A taxa de inscrição é praticamente simbólica.
JCS - Enquanto não for feita essa transição da responsabilidade da organização do campeonato para a Liga, como o senhor pretende agir para evitar a ocorrência de violência durante a realização das partidas?
Yabiku - Vamos conversar com as equipes para que seja firmado um acordo. O maior problema são os torcedores. A briga dentro de campo fica só ali. O problema sério que teve foi entre os torcedores, mas os dirigentes dos times é que levam as torcidas e eles têm que se responsabilizar por esses torcedores também.
JCS - O prefeito Antonio Carlos Pannunzio defendeu no seu programa de governo a revitalização dos centro esportivos e também a construção de novas unidades, que seria uma de suas prioridades. O que o senhor pretende fazer em relação a isso?
Yabiku - Eu estou visitando todas as unidades e recebendo relatórios para ver a infraestrutura. Vamos fazer um levantamento de tudo o que está acontecendo e o que precisa ser feito.
JCS - Existe projeto para a implantação de novas atividades nessas unidades?
Yabiku - Vamos sim. Uma coisa que eu já estou tentando viabilizar é uma parceria com o Fábio Okano, ele foi vice-campeão mundial de tênis de mesa em 1994 e, em 1996, foi campeão sul-americano. Ele quer fazer um trabalho social em Sorocaba em comunidades carentes. Eu estou encaminhando ele para a Pastoral do Menor no Habiteto, para ver se ele pode começar a dar aulas para as crianças dali. E vou ver como a Prefeitura poderia fornecer as mesas e atender as crianças no próprio bairro. Começamos pelo Habiteto e depois vamos para outros bairros, como o Nova Esperança, talvez.
JCS - Os Centros Esportivos também poderiam receber esse programa? O senhor já havia manifestado anteriormente a intenção de instalar mesas fixas de tênis de mesa para uso da comunidade, pretende viabilizar esse projeto agora que está à frente da Secretaria?
Yabiku - Existe essa ideia de instalar mesa fixa de tênis de mesa em alguns centros esportivos. Mas tem que ser em um local adequado para o pessoal não ficar usando para outra coisa.
JCS - O Parque das Águas dispõe de uma das maiores pistas de skate do país, mas tem sido motivo de crítica por parte dos praticantes, devido a problemas de infiltração, que prejudicam a prática do esporte. Como o senhor pretende resolver esse problema? Existe projeto para implantação de novas pistas de skates nos bairros, já que esse é um esporte que vem crescendo bastante entre os jovens?
Yabiku - Tudo isso custa dinheiro. A cidade está precisando de mais pistas de skate. Quando eu era vereador muitos ligaram para mim pedindo novas pistas nos bairros. Vou ver onde não foi feito ainda e se será possível fazer ou não. A Prefeitura tem um orçamento. É preciso avaliar o que dá para fazer.
JCS - O senhor considera o orçamento reservado para a Secretaria de Esportes suficiente para atender todas essas demandas?
Yabiku - Nunca foi, né. Mas tem que inventar. Não dá para esperar a construção do centro esportivo para praticar esporte. Esporte é para já. Temos que aproveitar o espaço que nós temos. No CIC tem espaços que não são aproveitados e que ficam fechados durante a semana. É uma área de esportes dentro do centro de Sorocaba que está sendo pouco utilizada.
JCS - O senhor pretende lançar programas de incentivo à prática de outros esportes em Sorocaba?
Yabiku - Existe um esporte fácil de implantar, para começar, que é o gateball. Lá na Ucens (União Cultural Esportiva Nipo-Brasileiro de Sorocaba), o pessoal da terceira idade pratica o gateball há mais de 25 anos. É uma quadra de saibro, de quinze metros quadrados, com três travinhas, que usa apenas um taco e uma bolinha. Mas não é esporte só para a terceira idade, é para a família toda. Na Casa do Idoso existe uma quadra já, mas está cheio de mato. Precisamos fazer a limpeza para poder jogar. Vou pedir ajuda para a equipe da Ucens para ensinar o pessoal. A ideia é expandir isso para a cidade toda e tornar Sorocaba a primeira cidade em que o gateball passe a ser praticado por toda a comunidade. Outra coisa é o beisebol e o arco e flecha, que também são praticados na Ucens e que poderão ser levados para outros locais, por meio de parcerias.
JCS - Antes de assumir a Secretaria dos Esportes, o senhor disse que teria um tempo limitado na equipe do atual governo e não terminaria o mandato como secretário, mas retornaria à Câmara, já que é vereador eleito. Como o prefeito recebeu essa informação? Quanto tempo o senhor pretende permanecer na equipe de governo?
Yabiku - Na época em que eu fiz essa declaração durante uma entrevista na rádio Cruzeiro FM, eu estava sofrendo muita pressão por parte dos meus eleitores e me senti meio perdido e pressionado. Eu conversei com o prefeito Pannunzio e ele me perguntou se eu o iria deixar na mão. Eu confirmei que havia dito, mas que voltaria atrás. Eu voltei atrás porque nunca deixei o Pannunzio na mão. E vou ficar o tempo que ele quiser, o tempo que for necessário. Só vai depender dele. Se não tiver gostando do meu trabalho eu vou para a Câmara. Do contrário, vou ficar o tempo necessário na Secretaria, sem prazo.
(Jornal Cruzeiro do Sul)
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