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Brasil teve absolutamente tudo para atingir um feito histórico e chegar
a uma semifinal olímpica no handebol. Em plena evolução, o time
feminino brasileiro foi o primeiro do seu grupo na fase de
classificação, mas deu azar de pegar a Noruega, campeã mundial e
olímpica, nas quartas de final. Nesta terça-feira, jogou muito bem no
primeiro tempo, abriu seis gols na segunda etapa, mas começou a achar
que tudo estava ganho. Errou demais, desperdiçou oito ataques seguidos e
levou a virada, perdendo por 21 a 19.
Faltou a tranquilidade que o técnico Morten Soubak sempre cobrou que o Brasil tivesse para decidir os jogos. Nos sete minutos finais, a equipe não fez nenhum gol, marcando apenas uma vez na segunda metade da etapa final, quando o jogo foi efetivamente decidido.
Com a derrota, o Brasil vai terminar a Olimpíada na quinta ou na sexta posição, dependendo apenas da desclassificação ou não da França, que teve campanha melhor na primeira fase e, se cair nas quartas, tal qual o Brasil, fica com o quinto lugar. De qualquer forma, é a melhor campanha da história do País.
O primeiro tempo foi praticamente perfeito para a seleção brasileira. Mas não foi isso que indicou o primeiro lance ofensivo. Duda carimbou a trave, Alexandra jogou em cima da goleira e Fabiana mandou para longe. Parecia que o time estava nervoso de jogar contra a poderosa Noruega.
Mas o que se viu depois foi o time europeu com uma pilha de nervos. As norueguesas é que indicavam temer as brasileiras, errando demais no ataque, principalmente em arremessos para fora. Quando acertavam o gol, lá estava Chana, melhor goleira do último Mundial, para fazer a parte dela, pegando inclusive um tiro de sete metros - o equivalente a um pênalti.
A partida até então fraca da ponta Samira e da armadora Mayara (que começou como titular na vaga de Ana Paula) era minimizada pela excelente atuação do trio Alexandra, Deonise e Duda, respectivamente com quatro, três e dois gols no jogo. E elas comandaram o time para uma vitória de 13 a 9 no primeiro tempo.
Na volta do intervalo, também só dava Brasil. Chana fez três defesas, o ataque marcou dois gols e a vantagem subiu para seis gols. Mas aí a equipe brasileira passou por uma pane. Mayara recebeu dois minutos, Alexandra e Ana Paula erraram dois lances bobos por fazerem graça (incluindo uma tentativa de ponte aérea) e a Noruega cresceu emocionalmente no jogo.
Em três minutos foram quatro gols da Noruega, reduzindo a desvantagem para dois pontos. Soubak pediu tempo, deu uma dura no time, e corrigiu o posicionamento ofensivo. A defesa, porém, continuou uma peneira, com as europeias pontuando em praticamente todos os ataques.
Já o Brasil parou de pontuar, desperdiçando, de forma juvenil até, oito ataques seguidos. A Noruega só demorou a empatar em 18 a 18 porque Chana estava inspirada. Mas a virada era inevitável, e ela veio, em 19 a 18, aos 22 minutos. O Brasil até empatou em seguida, mas levou o 20.º gol, não teve tranquilidade no ataque e acabou eliminado. (AE)
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